terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Do Sonho á Realidade.






"Teria sonhado todas as vidas para me consolar, de não haver vivido nenhuma "
Henri Amiel

_ Foi um sonho,apenas isso.Foi tão real,que chego a pensar que existiu.
Dei de mim ,tudo que era capaz.Senti a solidão,a inquietude,a desilusão da vida.Os anos pesavam,a ânsia de viver de uma outra forma, era bem real.
Sofria..O meu lado cuidador,veio ao de cima.Tudo farei para curar ou melhorar esse sofrimento.
Fui mãe,mulher,irmã , mais e mais.
Que fazer? Como fazer? De tanto me questionar,ficava cansada...não tinha respostas.
Fala comigo...Deixa me ajudar te.
Sinto essa dor inexplicável...
A alternância dos dias coloridos,com sombrios,do querer e desquerer,do sim e do não..
Estou aqui para ti..assim o queiras._

A confusão existe.O sonho confunde-se com a realidade.De tão intenso, chego a acreditar..
Sou um figurino em cada palco.Adopto a atitude adequada a cada peça .Errado?
Sou livre de pensar ,de sonhar...Essa liberdade, pelo menos essa, eu tenho.

Foi o meu primeiro amor...Seria? Não sei...Dos bancos da escola,eu visualizava- o,como sendo o meu companheiro do futuro.
E sim,foi meu companheiro durante os anos lindos da minha juventude.
Tinha olhos azuis ,moreno, como era lindo...
Guardada numa velha arca, continua lá,a foto, que nunca tive a coragem de rasgar..
Fui eu, acabei...Acabei mesmo sabendo que não queria , mas porque outros ao meu redor impuseram...
Fui injusta, devia ter tido outra atitude, não fui capaz.
Foram tantos já os anos, que hoje não o conheço..
Será possível, ter ainda uma oportunidade para pedir desculpa?
Continuo a guardar na memória, esse numero.....
Ligava e ouvia a voz...Como gostava.
Desculpa, feri te sem querer, mas porque talvez como hoje não me conseguia impôr.
Forte e fraca ao mesmo tempo.
Até já.




domingo, 17 de fevereiro de 2013

Memórias de mim...

"Vida é memória
Dei pra pensar que tudo que há de mais vivo em mim foi aquilo que já se foi.
As pessoas mais importantes form as que ficaram "

  Martha Medeiros.  


Vive em mim,enquanto viver.Era uma mulher especial.O  marido que tinha emigrado para o Brasil, logo a trocou por outra.
Não me lembro de se lamentar,ou deprimir.
Fazia de tudo...em casa,na agricultura,costura,dava injeções,fazia partos.
Como era linda a minha Avó.
Tipicamente uma mulher minhota...Olhos verdes,esguia,alta,desenvolta.
A casa,de pedra de granito,traz me á memória boas lembranças de infância.
A cozinha com uma grande lareira,tinha ao seu redor os bancos de madeira (escanos) prontos para me sentar.
O forno grande, servia principalmente para cozer a broa de centeio, que naquele tempo dava para quase duas semanas.
Em cima do pote de ferro com água a ferver,estava o prato preparado para eu almoçar quando vinha da escola.
Lembro das batatas cozidas com um rabo de bacalhau, com um gosto que nunca mais encontrei.
Os serões,eram momentos de grande alegria...
Á noite, as mulheres,  tricotavam meias, ( 4 agulhas ), dobavam a lã, ou fiavam,...
As cantigas populares ,faziam parte dessas noite animadas.
De quando em   quando alguém contava,algo que tinham ouvido,que se tinha passado,noutra aldeia, ou local.
Sei hoje que se transmitiam assim as noticias.
Não havia,luz elétrica,nem televisão,nem rádio.
Não me lembro de ter frio,nem fome,nem qualquer tipo de tristeza...
Era feliz..
A minha Avó,era alegre,gostava de rir, de cantar, de vestir bem...
Sim, eramos vaidosos...
Os Russos eram conhecidos ,por serem lindos, bem vestidos, e viverem razoavelmente.
Guardava as uvas cuidadosamente entre camadas de palhinhas, de forma que no Natal se encontrava quase como se da época fossem.
Tinha sempre algo especial para nos dar...
Avó,  o carinho, o afeto, a tua alegria de viver, a proteção que senti , vive em mim...
Difícil descrever por palavras...
Voltarei a Ela...


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O Eu de Mim


Quem sou, porque estou aqui?
Não sei bem.
Percorro esta viagem, e tento encontrar-me.
Necessito escrever, escrever, fantasiar, descrever, imaginar, sentir me entendida.
Transmitir algo a quem indiferentemente se interessar.




Serei eu.

Serei eu?
Percorro esta viagem. Regresso à criança feliz.
Lembro alegremente, quando corria naquele campo verde, por aquele caminho tão grande...
Meu pai, brincalhão, surpreendia-me com um grilo que me colocava na mão...E eu gritava, gritava....
Ainda hoje tento ouvir o gri gri do entoar dos grilos durante a noite..
.
Hoje costumo dizer, que nessa minha aldeia de origem, se ouve o silêncio.
Algo, ainda se mantêm parecido com aquela da minha infância.
Gosto de manhã cedo, abrir a janela e ouvir..o nada..

O silêncio, ou por ventura os passarinhos..
A mesma janela, que ao tempo me parecia tão grande...
Em frente a minha escola primária.
A Luz da candeia, o rádio..a lareira..os serões em casa da minha avó, os bailaricos, a missa do domingo,..
As vacas que caminhavam pelos caminhos comuns a toda a gente.
As férias, do Natal, da Páscoa, Grandes, quando mais tarde, regressava do colégio onde me encontrava a Estudar...como na altura se dizia.
Sei que é comum a quase todos nós, a infância e juventude marca-nos para sempre...
Voltamos aos mesmos lugares à procura dessas emoções, dessas memórias, e o que devia ser de alegria, transforma-se em tristeza...
Os caminhos parecem diferentes, as pessoas, aquelas que tanto amamos partiram...
Olho o monte...as pedras, as rochas continuam lá.
Distantes, mas lá...parecendo ainda formar figuras...